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Sunday, November 23, 2008

a rede e a Hedy

minha sogra chama-se Hedy (pronuncia-se Redí). Ela mora num prédio de frente pra praia no litoral de SP. Essa introdução é necessária para montar o cenário onde minha história se passa.
Pois bem.

Estou passando o final de semana na casa dela. Vou para a praia sozinha e na hora de voltar pra casa, de frente para os botõesinhos do interfone - para pedir que ela apertasse o sinal para abrir a porta - lembro que não sei qual o número do apartamento. Sei que é no terceiro andar. Putz e agora? Estava sem telefone, o prédio não tem porteiro.
- Quer saber - penso - vou apertar o 32, acho que é esse.
Atende um alô feminino.
- Hedy? - eu pergunto.
- Não obrigada, já tenho uma - responde a voz do outro lado.

Preciso dizer mais nada né... Depois de apertar mais uns dois apartamentos errados, acerto a minha Hedy - a pessoa, não a de deitar - que abre a porta pra mim. Ê vida...

Friday, November 21, 2008

Pessoas intrometidas

Eu queria que cada um ficasse sempre no seu quadrado. Eu sei que esse começo foi horrível /pegou, pegou... mas não tenho como expressar isso de uma outro forma. A história que eu vou contar já aconteceu há algum tempo, mas ao ler o post de Daniela Macedo no Enzimas Virtuais (não leram? Não conhecem? Bah, bora ler AGORA) me lembrei de uma história absurda.

Eu fiz um exame de sangue completo numa sexta-feira de manhã. Após a tortura de veias (as minhas fogem), fui para o trabalho. Havia uma guia para pegar o resultado na terça-feira seguinte. OK.

Só que quase no final da tarde da sexta, recebi uma ligação da minha mãe DESESPERADA. O infeliz ligou no telefone da minha casa, na época e falou:

Infeliz: "Por favor, Roberta?"
Mamãe: "Ela não está..."
Infeliz: "A senhora é mãe dela?"
Mamãe: Sim...
Infeliz: "Ah, por favor, poderia anotar uma senha para que ela pegue o resultado do exame o mais rapidamente que puder hoje na Internet? Porque ela está com LEUCEMIA... tenho quase certeza”.


Após ficar muda, minha mãe, agradeceu, desligou o telefone e ligou no meu serviço. Contou a história. Em tempo: Dona Marina, minha mãe, faleceu este ano em julho, aos 71 anos. Quando isso aconteceu, ela já era uma senhora de seus 65 ou um pouco mais...

Voltando: eu, amarela e com muito medo, imprimi o exame e fui mostrar ao meu chefe (outra cavalgadura...), que confirmou o diagnóstico.

Fui apavorada o mais rápido que pude para o hospital mais próximo, chorando no caminho e tudo. Cheguei lá e o que era? Anemia... profunda, mas só anemia. Fiz infusão de sangue (1.6ml) e deu tudo certo, após seis meses tomando cápsulas de ferro e ácido fólico.

Gente foi horrível!

Por isso, termino esse post do jeito que comecei: Cada um no seu quadrado...

Beijocas,

Bobie Salles.

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Monday, November 17, 2008

Marcando território

Era uma vez, em um reino não tão distante assim, uma moça loira, de olhos claros, doce e meiga. Ela tinha uma base familiar bacana, bons princípios, estudou, se formou. A nora que toda sogra quer, mas ela tinha um problema. Tinha a risada solta, descontrolada... Em momentos de nervosismo, ou naqueles que acontecem coisas engraçadas mesmo, lá se punha ela a rir. Fica vermelha, tenta falar e rir ao mesmo tempo e nessas horas parece que na verdade ela está chorando, uma loucura.
Certo dia ela estava em uma ligação e a pessoa do outro lado da linha disse algo muito engraçado, ou estranho e eu vi nos olhos da pobre moça o riso contido, ela se segurou, ficou vermelha, segurava o nariz, tentou de tudo, mas não conseguiu, explodiu. Eu peguei o telefone e a salvei da enrascada.

(porque estou escrevendo nesse linguajar estranho, gente que horrível)

Bom, depois dessa ligação que ela riu que nem uma doida aconteceram outras situações de explosões de risada, normal, Juliana é assim mesmo.
Mas, na semana passada, ela se superou fomos almoçar no velho e tradicional Kilo da Maceió.
Na volta, demos de cara com uma mulher levando um cara numa cadeira de rodas. Vale ressaltar que o cara não era um deficiente físico e que estava só com a perna quebrada. A mulher que empurrava a cadeira era BEM atrapalhada. Claro que as calçadas de SP são péssimas, mas o motivo desse texto não é sugerir melhorias nas vias públicas paulistanas.

Para atravessar a rua havia uma rampinha e ela não teve dúvidas, posicionou a cadeira de rodas, olhou para o outro lado com firmeza e impulsionou com força para atravessar logo, só que a cadeira travou e o moço foi arremessado para frente. Ele não chegou a cair nem se machucar (isso nos deixa mais tranqüilas). Eu e ela começamos a rir muito, levamos tapas de colegas como se fossemos duas insensíveis de rir de uma pessoa naquela situação, mas porra! Foi engraçado pra caralho!!

Só que a história não termina ai não. Juliana riu tanto, ficou tão vermelha e acabou fazendo xixi nas calças. Agora imaginem leitores, aquela moça descrita no primeiro parágrafo, na esquina da Angélica com a Maceió, toda mijada, rindo ainda, porque nessa hora ela já tava rindo da risada ou rindo de estar toda mijada. Ela passa a mão em suas partes, que sai pingando, e anuncia: gente o que eu faço? Me mijei muito!
Gente foi horrível, fomos um uma loja, ela comprou uma calça nova e deu um jeito de tomar um banhinho na editora mesmo.

Hoje passamos por aquela esquina de novo, haviam uns cachorros cheirando a calçada e eu disse: é, aqui Juliana marcou território.

Tuesday, November 11, 2008

de fogo, de novo

Parafraseando a Jéssica, eu não sei se sou eu, se é a energia que emano, se é murphy, ou que porra que acontece que sempre, sempre acontecem coisas bizarras comigo. Dessa vez, é o fogo que está me namorando (depois dá uma olhada no post debaixo).

É hora do almoço. Acabo de sair do banho e sento na mesinha da cozinha para almoçar com a minha filha. De repente, uma batida na porta e um "Socorro" com voz rouca - dava para sentir um desespero na voz. Fiquei estática. A empregada correu na porta para se certificar que estava trancada e ficamos esperando os próximos acontecimentos. Ouço uma sequência interminável de barulhos - pareciam coisas caindo, desabando. Ligo do interfone para o porteiro para saber o que acontecia, afinal alguém estava pedindo socorro, e eu estava com medo de abrir a porta.

Então sinto um cheiro de queimado e vejo, entrando por baixo da porta, uma fumacinha meio cinza. Pronto, foi apertado o botão do pânico. Abro a porta e a cena que vejo é um tiquinho de filme catástrofe. Um tiozinho desesperado tentava conter o fogo do apartamento na frente jogando água em copinhos, panos (eu também vi ele jogando ferramentas, vai entender).

No desespero, peço para o porteiro chamar a "Ambulância". Na realidade, eu estava pensando "Bombeiro" (e o mais engraçado era que eu pensava bombeiro e falava ambulância). Daí bateu o desespero. Falei pra minha filha ir para a escada (o apartamento que pegava fogo era na frente da escada, ou seja, se realmente pegar um fogo descontrolado é a única maneira de fugir). Meu instinto de sobrevivência à flor da pele é tão atabalhoado que eu não sabia se corria ou se ficava. Falava pra minha filha descer pela escada, depois lembrei que meu outro filho estava no quarto dormindo... Eu corria de um lado para o outro sem saber exatamente o que fazer.

Quando eu já estava indo pro quarto pegar meu filho para descermos todos pela escada, sobem dois funcionários da manutenção do prédio. São recepcionados pelo minha cachorra salsicha, que nessa hora seria capaz de atacar um pitbull - ela agarrou no calcanhar de um deles. Como se não bastasse o fogo - que à essa altura era só fumaça - agora gritávamos todos para a cachorra soltar o homem.

Os dois ajudam o vizinho a remover as partes queimadas do apartamento, e eu com as pernas bambas fecho a porta - minha fome de 12hs foi para o beleléu. Mas é só quando passo pelo espelho da sala que tenho consciência do ridículo da situação. Durante todo esse tempo eu estava com uma toalha amarelo-gema-de-ovo amarrada na cabeça, e atrás de mim, minha filha me seguia com a cachorra ainda no colo com a esperança de que eu soubesse, afinal, o que fazer.