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Thursday, December 10, 2009

peixe no asfalto

A ideia era levar minha irmã e o marido - que vieram do Rio, para passar o final de semana em SP - a um típico boteco paulista (sempre que vamos ao Rio, eles nos levam em botequins superbacanas para um chopp e petiscos). Então, vamos retribuir a gentileza.

Meu marido teve a genial ideia: "vamos no bar do Luiz". Palavras dele: "o lugar não tem frescura mas a cerveja é a mais gelada e a comida é ótima". Por "o lugar não tem frescura" eu já devia temer. E temi lá no íntimo, mas segurei a onda - como não conhecia o lugar não dava para argumentar. E fomos em direção à Avenida do Cursino (endereço do distinto Luiz).

No percurso (não chegava nunca), meu filho de dois anos dormiu no carro. Finalmente chegamos e a visão geral do lugar não podia ser pior. Lugar bagunçado, barulhento, lotado, a única mesa com 2 cadeiras disponíveis era no meio da calçada. Sentei numa delas - aquelas de marca de cerveja, enferrujadas e bambas - com meu filho no colo dormindo. De um lado, um ponto de ônibus, do outro uma banquinha de dvd pirata. Depois de alguma espera conseguimos mais cadeiras e todos se sentaram. O cara do dvd veio oferecer seu produto para os dois homens da mesa enquanto eu estava entretida com minha irmã: todos os tipos de pornô que você pode imaginar.

Ok, chegou a cerveja, realmente megagelada, desceu deliciosa naquele calor de uma hora da tarde. Mas só foi possível mesmo esquecer a poeira e barulho do ônibus e dos carros da rua - a um metro e meio da minha cadeira - quando chegou a rã a milanesa, lula a vinagrete e pastel variado, além de parmesão maravilhoso, cogumelos e azeitonas. Meu Deus, realmente uma delícia. Ufa, respirei aliviada. Se o lugar é um terror, o que ele serve é de primeira. Minha irmã e o marido amaram, tava tudo certo até que meu filho finalmente acordou depois de uma baita freiada de um ônibus. Das duas uma: ou íamos embora (porque ele não ia ficar sentadinho comportado, quando a rua está tão pertinho dele) ou tentávamos entretê-lo de alguma forma. Tentei o segundo. Vi que ali do lado tinha um barbeiro e estava mesmo nos meus planos levá-lo para cortar o cabelo aquela semana. Pronto, enquanto os homens bebiam eu pulava que nem palhaço com o pirulito na mão para distrair o Mathias e deixar o barbeiro fazer seu trabalho. Mas o momento mágico acabou e voltamos para a mesa.

Aquela vontade que as crianças tem de se jogar no perigo - ou no meio da Avenida do Cursino -começou a ficar mais forte e a adrenalina no meu sangue me impedia de conseguir conversar ou beber. Levantei com ele e fomos dar uma voltinha pela rua enquanto meu marido pedia a conta. Encontramos uma petshop enorme. Pronto, parque de diversões. Hamster, periquito, peixe. Peixe? Precisava mesmo comprar um. O aquário em casa está vazio desde que o Pepe morreu. Compramos um beta roxo. Mathias estava com um sorriso que fazia gosto. Voltamos para a mesa e dei o saquinho com o peixe dentro para o Mathias mostrar para o papai o novo bichinho Só que ele balançou, o saquinho caiu no chão e plum, estourou. E o peixe minha gente? Bom, o peixe, no chão, começou a sambar mais que destaque de bateria. Não sabia que tinha um reflexo tão bom, na mesma hora estava agachada no meio da calçada tentando com a mão encaçapar o peixe, que entre um pulo e outro entra embaixo da mesa do pessoal do nosso lado. Percebo que todo mundo está acompanhando a saga, sem reação. E depois de alguns segundos de clímax consigo pegar aquela coisa gosmenta. Quando me levanto, o bar inteiro está absorto me olhando sem entender exatamente do que se tratava aquela cena. Surreal total. Mas e o peixe? Acho que minha cara disse tudo e um cara que observava do balcão pegou seu copo de cerveja, jogou o restinho no chão e pediu para o garçom encher de água da torneira - e "rápido" falou. Pronto, joguei o peixinho dentro do copo (essa foto entraria para a história pena que na hora não tive essa ideia) e viva! O bar INTEIRO aplaudiu (se foi horrível? imagina...)

Volto à petshop com o peixe vivo e serelepe dentro do copo de cerveja (com água ok?). O vendedor faz uma cara tipo: "isso eu nunca vi antes". Eu conto o que aconteceu, ele não parece muito entusiasmado, bota o peixe dentro de outro saquinho e dentro de outro (só para garantir, vai que essa louca tenta outra vez), e me devolve.

Bom, fato é que o peixinho tá firme e forte até hoje no seu aquário - a história já se passou há uns três meses. Merecia ser estudado, deve ser o peixe com mais anticorpos do mundo. Depois de se esfregar numa calçada "limpinha", pular direto dentro de um copo de cerveja... Tá mais vivo que muito peixe de "madama" por aí...

1 Comments:

Blogger Jessica said...

rsrsrsrsrsrsrs

Adorei tici! já tive dias parecidos...

Digno de Gente foi Horrível!

Beijos,

7:40 AM

 

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