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Tuesday, January 16, 2007

A saga

É uma merda depender de transporte público na cidade de São Paulo, quem tem que pegar ônibus e metrô lotados todos os dias sabe do que estou falando. Muitas situações inusitadas horríveis e degradantes acontecem nesses ambientes claustrofóbicos.
Já fizemos várias reclamações aqui nesse distinto blog, mas o que aconteceu comigo ontem gente, foi horrível.

Saio 6 horas em ponto, algo raro. Queria chegar cedo em casa, minha faxineira está de férias e meu lar de 50 m2 está caótico. Dirijo-me ao ponto esperançosa, a final, é janeiro e teoricamente os ônibus estão menos lotados. Logo que chego pára um, olhei e estranhei, “o ônibus estava vazio, mas apenas metade dele”. As pessoas estavam todas amontoadas no fundo dele e havia cadeiras vagas perto do cobrador e ninguém de pé ali também. Pensei “ótimo, vou poder até ler meu livro sentada”. Mas isso também não é problema para mim, pois eu já desenvolvi técnicas avançadas de leitura dentro de ônibus lotado estando de pé, quem quiser posso ensinar.
Enfim, entrei, passei meu bilhete único na catraca e fui me sentar.
Eu tenho problemas respiratórios, bronquite, rinite e outros ites. Por esse motivo, não respiro pelo nariz, ele é apenas um suporte para o meu lindo piercing, só sinto cheiros quando inalo propositalmente o ar, e por ser um ato mais raro que para a maioria das pessoas, sinto muito bem os cheiros.
Tive a infeliz idéia de inalar ar pelas narinas e senti um cheiro horrível, escroto, podre e me veio aquela ânsia de vômito. Sabe quando até vem um impulso para vomitar e nada sai?
Genteeeeeeeeee foi horrível. Levantei e sai do ônibus imediatamente, o pior é que continuei sentindo aquele cheio por alguns minutos. Era um mendigo sentado naqueles bancos únicos que ficam bem perto da porta. Eu não sei como as pessoas estavam conseguindo ficar naquele ônibus, até lá no fundo dava para sentir o fedô do homi.
Mas se você pensa que eu desci naquele ponto, peguei outro ônibus e fui segura para casa? Está enganado, a minha saga ainda continuou.
Enquanto eu esperava o segundo ônibus, no ponto do Hospital das Clínicas (que por um acaso é um horror, tem cada bicho estranho lá), uma moça com cabelo moicano arrastando uma criança toda machucada pára ao meu lado, a criança tinha hematomas no rosto, feridas no braço, um horror. Eu estava mexendo na minha bolsa, procurando meu celular para ver as horas e a mulher ficou encarando a minha pessoa e a minha bolsa. Era só o que me faltava! Entrei no primeiro ônibus que vi, lógico que não era um dos que vão para minha casa. Desci novamente em outro ponto e peguei meu terceiro ônibus, sentei na escadinha, abri meu livro e não me permiti fazer contatos visuais, auditivos ou olfativos, eu precisava chegar viva em casa.

1 Comments:

Blogger Gabi said...

Gente, foi horrível mesmo, Jessica!!!! Veja pelo lado bom: se não pegássemos ônibus, não teríamos tantas histórias para contar no blog e não seríamos parafraseadas por ninguém!

9:19 AM

 

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