Café?
Eu sei, demoro uma eternidade... mas ando brincando de escrava Isaura, sem vida social. Enfim... aqui estou com mais uma historinha horrível.
Há semanas eu tentava entrevistar o presidente de companhia e o cara nunca que respondia. Pedi para Santo Expedito, rezei o Salmo 91, fiz simpatia, enfim... depois de uma bela canseira, o nêgo marca para uma sexta-feira, 9 de manhã em um conhecido hotel aqui de São Paulo.
"Café da manhã, pode ser?", me disseram.
"Claro!", respondi felizona. Não só porque eu tinha conseguido marcar a entrevista, mas porque adoro café da manhã de hotéis.
Nove da manhã, tô eu lá. Puta sono, mas fingindo estar super disposta. Espero o cara na frente do restaurante que serve o café. Eu não o conhecia pessoalmente, tinha visto fotos e procurava um rosto parecido entre os transeuntes.
De repente, vejo o tampinha. Ele pára bem antes do restaurante e senta no bar do hotel. Fui lá, me apresentei e já ia virando as costas, me direcionando ao restaurante, óbvio.
O tio não se move e solta um "quer sentar?". Devo ter feito uma cara de "HEIN?" e sentei no sofazinho. Aí, super educado, ele me pergunta: "quer uma água? Ou quer café?"
"COMOASSIM?", penso. Ele repete. Eu escolho água.
Pão duro! Ainda me dá opção de tomar água ou café! E se eu quisesse um suco de melancia, um chá verde, um conhaque, uísque?
A minha vontade era convidá-lo para tomar um café da manhã de verdade e me oferecer para pagar. "Vamos lá, não se preocupe que eu pago, Sr. Miséria".
O maior problema não era a decepção. Eu sofro por causa do meu estômago. Quem em conhece sabe que eu morri de fome na outra vida e preciso recompensar nesta. Meu estômago faz muito barulho quando sinto fome, parece o rugido de um leão. NÃO É BRINCADEIRA! A minha sorte é que eu tinha comido um pouco antes de sair de casa, melhor prevenir, né...
15 minutos de entrevista. 30 minutos. 45 minutos e eu já estava satisfeita com as declarações do executivo. Até que sai a maldita frase da minha boca: "tem alguma outra coisa que queira acrescentar?" TINHA. Mais meia hora de papo e eu quase desmaiando de fome.
Finalmente ele cala a boca. Eu desligo o gravador e já levanto para não ter perigo.
Gente, foi horrível! Saí correndo para a casa do pão de queijo e, graças a Deus, paguei pelo meu tão esperado café da manhã.